Abril Bandas Mil promove migração de jovens bandas a partir de hoje

Em Abril, ano sim, ano não, bandas rumam ao Sul para mostrar o que valem e conviver com congéneres suas. […]

Em Abril, ano sim, ano não, bandas rumam ao Sul para mostrar o que valem e conviver com congéneres suas. Não se trata de um pouco conhecido ritual de migração, mas sim do Abril Bandas Mil, iniciativa da Movimento Juvenil de Olhão (MOJU), que começa hoje, quinta-feira, em Olhão.

A Recreativa Progresso Olhanense recebe, a partir das 21 horas, as primeiras cinco bandas que irão disputar um lugar na final. No novo formato do concurso, mais condensado do que nas duas edições anteriores, todas as etapas do evento são seguidas e seriam realizadas no mesmo local, o Jardim Pescador Olhanense, mas a chuva obrigou a uma mudança de planos. A 2ª eliminatória, com outras cinco bandas, é já amanhã e a final é no sábado, e se o tempo permitir, serão  à mesma hora da sessão de hoje, mas no espaço originalmente anunciado.

No sábado também sobe ao palco a banda «O Ludo», formação de Olhão e com uma relação especial com a MOJU. O coordenador do projeto Abril Bandas Mil e dirigente da associação João Batista alinha no grupo musical algarvio, que lançou recentemente o seu primeiro EP e vai aliar a organização do evento à participação nele.

João Batista e o diretor da MOJU Luís Tavares foram os convidados desta semana do programa radiofónico «Impressões», dinamizado em conjunto pelo Sul Informação e pela Rádio Universitária do Algarve RUA FM. A entrevista pode ser ouvida na íntegra no sábado, às 12 horas, em 102.7 FM ou em www.rua.pt.

Os convidados para o último dia de concerto, seguindo a lógica do concurso, seriam os vencedores da anterior edição, os «Dharma Project», banda de Almada que, «infelizmente, entretanto terminou». Assim, o convite seguiu para a banda filha da terra, que apresentará o seu primeiro álbum «Almirante».

Agora, falta apenas saber quem partilhará o palco com a banda olhanense, que também se lançou num concurso de bandas algarvios, mas em Loulé, o Mais Música. Mistério que começará a ser resolvido hoje, com o apuramento dos dois primeiros finalistas. A concurso vão estar as formações Mascra (Almada), MOPHO (Faro), Dirty (Faro), The Right Boys (Olhão) e Genoma_3.14 (Loulé).

Na sexta serão conhecidos os outros dois finalistas, de entre as bandas Gessicatrip (Lisboa), US&THEM (V.N. Gaia), One Step Ahead (Lagos), Plant (Caldas da Rainha) e The Living Bastards (Faro).

«Em princípio, vamos ter workshops de sonorização. Estamos dependentes do tempo. Vamos mostrar o que é um microfone, um cabo, uma compressor, um limitador, uma mesa de mistura…enfim, uma coisa muita básica», revelou João Batista, que adiantou que o formador deverá ser Luís Rocha.

Estas ações de formação permitirão às bandas, todas elas num patamar exclusivamente amador, aprender um pouco mais sobre a arte de fazer e gravar música. Mas, em alguns casos, nota-se que essas noções já existem. «Pelas maquetes que temos vindo a receber, acho que já há muita gente com boas noções de gravar coisas em casa», adiantou.

À terceira edição, começa a notar-se também que o projeto da MOJU ganha cada vez mais nome fora das fronteiras algarvias. Em 2010, a banda vencedora veio de Almada e em 2012, «das 35 candidaturas recebidas, só seis, mais ou menos, é que eram da região». «Na primeira edição, todas as bandas eram do Algarve», recordou Luís Tavares.

Basta dizer que amanhã, sexta-feira, estará presente uma banda de Vila Nova de Gaia e houve um candidato «julgo que de Trás-os Montes», que só não veio pelos custos associados e por ter agendadas participações noutros eventos.

No futuro, e com apoios que hoje ainda não existem, a MOJU espera poder oferecer outras condições para que as bandas que se candidatam e são de longe possam participar. «Nós gostaríamos de poder pagar. Não o podendo fazer, procuramos ter parcerias», que sejam vantajosas para os que vêm de fora, mas também para os pequenos empresários que apoiam.

A aposta da MOJU, para conseguir financiar os seus muitos projetos, poderá passar por negociar o “naming” das iniciativas com empresas. Desta forma, aqueles que investirem dinheiro nos projetos terão um retorno publicitário e em notoriedade. «Estamos neste momento a tentar obter o estatuto de utilidade pública», que permite oferecer aos mecenas vantagens fiscais por apoiar iniciativas da associação, revelou Luís Tavares.

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