Portugal/Tavira candidata Dieta Mediterrânica a Património Cultural Imaterial da Humanidade

A candidatura da Dieta Mediterrânica a Património Cultural Imaterial (PCI) da Humanidade com sete países, incluindo Portugal/Tavira, deu entrada esta […]

A candidatura da Dieta Mediterrânica a Património Cultural Imaterial (PCI) da Humanidade com sete países, incluindo Portugal/Tavira, deu entrada esta sexta-feira na Unesco, em Paris.

Do lado português, a candidatura foi coordenada pelo Município de Tavira, Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) e Comissão Nacional da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

Jorge Queiroz, coordenador em Tavira do processo de candidatura, disse ao Sul Informação que esta sexta-feira, depois da assinatura por parte dos embaixadores dos sete países que agora integram a candidatura – Espanha, Grécia, Marrocos, Itália, Portugal, Croácia e Chipre – o processo deu entrada na Unesco.

Haverá agora um período de avaliação e, «se passar, como se espera, esta fase da análise», a candidatura deverá ser aprovada na Assembleia Geral da Unesco, em 2013.

Jorge Queiroz manifestou-se confiante na aprovação final, já que «o processo não tem fragilidades importantes». Apesar do «muito pouco tempo para preparar a candidatura», e até de alguma resistência dos países que já antes integravam a primeira fase, o processo acabou por ficar bem preparado.

A Dieta Mediterrânica já foi considerada PCI da Humanidade, numa primeira candidatura aprovada em novembro de 2010, que envolveu Espanha (a cidade de Soria, na Comunidade de Castela e Leão), Itália (Cilento, na região de Campania), Marrocos (Chefchaouen, nas Montanhas do Rif, no Norte) e Grécia (Koronia/Coronia, no Golfo de Messenia, Peloponeso).

Esta segunda fase, coordenada por Portugal/Tavira, envolve ainda a Croácia (Hvar e Brac) e Chipre (Agros).

Jorge Queiroz salienta o «lado inovador» desta candidatura, que não é centrada no património de uma cidade ou país, mas «uma candidatura partilhada de um património civilizacional comum». «Abrange uma geografia mais ampla, de realidades não apenas geográficas e sociais, mas também aspectos comuns civilizacionais, e é, por isso, uma candidatura menos egoísta», acrescentou.

«Não tenho conhecimento de outra candidatura assim», disse ainda Jorge Queiroz.

Para já, a candidatura da Dieta Mediterrânica a PCI da Humanidade abrange sete países da Bacia Mediterrânica, mas o objectivo é que se estenda a todos. Nesta segunda fase esteve para entrar a Argélia, mas, por dificuldades várias, ainda não foi agora que isso aconteceu.

Jorge Queiroz chamou ainda a atenção para a importância desta candidatura que está ligada ao património cultural, mas também «à agricultura, ao desenvolvimento sustentável, ao turismo, e até à saúde». Em Portugal, e no Algarve em particular, o Ministério da Saúde está muito empenhado também na defesa da Dieta Mediterrânica como meio de luta contra a obesidade, nomeadamente a infantil, explicou.

O MAMAOT, por seu lado, salientou ontem, em comunicado, que «enquanto produtores de alimentos mediterrânicos, esse reconhecimento terá um importante efeito na valorização dos nossos produtos, com benefícios para a saúde, o turismo, a economia e a gastronomia do país».

A diversidade de parceiros demonstra bem que a Dieta Mediterrânica é muito mais que uma forma de cozinhar: é um modo de vida e uma valiosa herança cultural. Ou não fosse a palavra portuguesa «dieta» derivada do grego «díaita», que significa estilo de vida.

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