«Cavalo Manco não Trota», mas pode recordar

Às vezes, uma pergunta aparentemente simples pode ser bem complexa de responder. É desta forma que a interpelação a um […]

Às vezes, uma pergunta aparentemente simples pode ser bem complexa de responder. É desta forma que a interpelação a um réu por parte de um juiz num tribunal, sobre a sua culpa ou inocência, se transforma no reviver da vida de um homem.

A peça «Cavalo Manco não Trota» vai estrear-se esta terça-feira ao Teatro Lethes, em Faro, depois de, no sábado, ter estado em Loulé em ante-estreia, numa produção da ACTA- A Companhia de Teatro do Algarve, encenada por Bruno Martins e interpretada a solo por Luís Vicente.

A apresentação de hoje da peça escrita por Luís del Val, traduzida por Maria João Neves, marca o lançamento oficial da produção, mas tem um significado ainda mais especial. 27 de março é o Dia Mundial do Teatro e é uma boa desculpa para a sair de casa e celebrar esta arte.

«Esta é a narrativa de um homem dos nossos dias, com os problemas que se colocam desde a infância até à atualidade. É um rememorar da história da sua vida perante uma situação adversa muito concreta», revelou ao Sul Informação Luís Vicente.

O diretor da companhia de teatro algarvia protagoniza um monólogo, espoletado quando um juiz, num tribunal, pergunta à personagem/réu se se considera culpado ou inocente, o que o faz «recordar a primeira vez que lhe fizeram essa pergunta, tinha ele 8 anos». «A partir daí, é o rosário da vida dele, que é muito interessante. Desde as fugas de casa dos pais, à universidade e relações amorosas nesse período, às relações com autarcas e diretores de bancos corruptos, passando pela droga», resumiu o ator.

Apesar de ter momentos carregados de humor, este é, acima de tudo, um drama. «Isto não é stand up comedy, é um monólogo dramático. Sou só eu em palco, mas não estou a contar uma sequência de anedotas ou a representar-me a mim próprio, estou a exprimir psicologia e comportamento que não são meus», salientou.

«Como disse um crítico espanhol sobre esta peça, começa como um divertimento para flauta e termina como uma sinfonia trágica», ilustrou Luís Vicente.

«Nós fizemos a nossa própria opção para trabalhar este texto. Demos a nossa própria visão no que diz respeito aos aspetos concecionais. É um desafio para nós que fazemos, agravado pelas nossa opções», considerou o diretor da ACTA.

Após a estreia, a nova produção da ACTA poderá ser vista no Teatro Lethes até dia 31 de março, às 21h30, e no dia 1 de abril, às 16 horas. Segue-se um périplo pela região, que começa em Albufeira, a 12 de abril, seguindo depois para Tavira, Lagoa, Portimão, Vila do Bispo e Lagos.

<<<<————- Veja todas as fotos da peça, da autoria de Carlos Sousa, na Fotogaleria, clicando no pop-up aqui ao lado

 

 

Comentários

pub